sábado, 31 de dezembro de 2011
Eu nunca soube.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
A sombra mostrou o que a luz escondia.
Ela abriu a porta com certo receio em me convidar para entrar. Percebi que não conseguia me olhar nos olhos. Fiquei matutando se por ódio ou medo que eu visse o vermelho eminentemente intenso que pairava sobre suas pupilas, e ela tinha razão, vermelho e verde não são boas combinações.
Tentei não parecer grande demais a sua frente, mas não tenho culpa dos nossos 5 cms de diferença, mas deixa, em quase todas as outras coisas sou menos mesmo.
– Entra.. Senta se quiser, vou pegar suas coisas. – Só conseguia encarar o chão, tentando tirar de algum lugar a vontade de fechar a porta e ficar. Mas só encontrei desejo pelo clarão da lua, lá fora.
Quando dei por mim, também estava com os olhos lagrimejados. Como lidar com o sentimento de querer fugir, sair correndo de um lugar que antes, era o único que me fazia sentir em casa?
Finalmente consegui juntar forças e levantar a cabeça. Pude ver de relance seu vulto pequeno e magro pelo vão da porta entreaberta... Juntando minhas coisas, acredito. Coisas essas que até pouco tempo atrás eram nossas. Respirei fundo, levei as mãos até o bolso mandando esses pensamentos mordidos embora.
Te vi voltando, me peguei sorrindo, como sempre fiz ao te ver caminhando na ponta dos pezinhos 35, toda menina, realmente me lembrando uma criança.
Disfarçei de imediato o riso bobo quando senti seu corpo mais próximo. Sem emitir som algum, e com os olhos em um vermelho mais forte, me entregou uma caixa.. Meus braços vacilaram, quase deixando a caixa cair.. Me recompus.
– Está pesada, não sabia que havia tantas coisas minhas aqui. – Tentei ser cordial. Mas ela respondeu de forma mecânica, dispensando a casualidade:
- Não quero mais nada seu aqui, nada que possa me remeter a você. – Cruzou os braços, como se estivesse sentindo frio. Duvido, faziam 27º lá fora.
Tentei escolher as palavras, nenhuma me parece certa, me dei conta que talvez não houve o que dizer. Era evidente sua inquietação, ponderando em me mandar longo embora e bater com a porta na minha cara.. Não o fez. Cogitei então, que a agonia fosse sobre a espera por alguma frase minha. Entendi que precisava ser sincera, poderia não haver outra chance:
– Eu não queria que tivesse sido assim, que precisássemos nos afastar, que pensasse coisas tão amargas sobre nos, sobre mim, que nada tem a ver com a verdade. Fiquei aqui parada por exatos 10 min e 32 segundos, buscando aquela sensação de novo, em querer ficar, em querer que você me pedisse para ficar.. Porém, falhei, não senti nada, nada. Vou sentir falta do lugar.. Gosto da vista para os prédios, dos carros lá embaixo. Gostava de imaginar a vida de cada uma daquelas pessoas, mas não me veio a mente nós na cozinha, eu te ensinando a cortar a cebola sem chorar.. Era a única coisa que eu sabia fazer com uma faca na mão, não lembrei do seu riso solto quando contei que vi isso em um programa medíocre de tv... Sabe, eu não pensei em nada! Eu só consigo sentir vazio. Te ver agora só me fez ter certeza que não podemos mais nos machucar assim. Se eu não consigo mais te fazer feliz, quero que você tenha alguém que possa.. E eu também preciso ser feliz, sem ter que fazer todo esforço do mundo para sorrir.
Finalmente as palavras se silenciaram. Usei de toda minha coragem para lhe encarar diretamente nos olhos, notei as pequenas gotas salgadas que desciam pelo seu rosto delicado.
Ao ver aquela cena, minha vontade era de te pegar no colo e secar cada uma delas.. Não podia, não devia, era esse o ciclo vicioso que nos destruiu. Eu teria que ser forte.. Lutei contra o conflito das minhas emoções, contra mim, e contra sua expressão, que me era como uma facada no peito. Permaneci rígida sobre os calcanhares, de repente, meu corpo parecia pesado demais.. Tive medo de perder o equilíbrio.
– Sai! Você tem razão, não tem porque lutar contra a merda do seu egoísmo.
Soltei um riso sem perceber, era rir ou chorar. Interiormente eu me questionava sobre onde a mulher que amei foi parar. Me calei, ajeitando a caixa embaixo dos braços, e devagar alinhei um passo atrás do outro até a porta. Quando o esperado aconteceu, eu, os vizinhos e o bairro todo ouviram seu grito.
– Eu não acredito no seu amor, tudo não passou de uma mentira, e vejo isso agora.
Não me incomodei em olhar para trás, levei a mão até a maçaneta da porta e a puxei. Então falei em um tom grave, mas baixo, mais para mim, do que para ela:
– Fica tranquila, não voltarei. Se você não teve a graça para perceber meus sacrifícios e meu sentimento. Retiro o que disse, é exatamente assim que eu queria que as coisas fossem.
Passei para o outro lado, no corredor. Puxei a maçaneta fechando a porta, sem esperar uma resposta. Puxei o ar, e demoramente o soltei. Definitivamente estava com a consciência como nunca antes.. Poderia definir como paz, ou não definir, preferi a segunda opção. Agora era hora da luz do clarão da lua.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Eu fujo.. Mas o objetivo é me entregar.
Tento escrever a quinze minutos, o café está frio, precisava de um cigarro agora.. Precisava de você. Minto.. Preciso de você. Às vezes acho que dou a entender que você me mata, e não sei usar palavras bonitas, ou difíceis, para explicar que na verdade, você me salva. Sobrou muito peso nas minhas costas, consequência das mentiras, dos erros, dos choros que luto ao máximo para segurar, e falho nesse momento. Eu vivo meus dias em função de decifrar o significado do que sinto, buscando um defeito, para ter do que reclamar e lamentar, pode ser que seja egocentrismo ficar se auto-analisando assim, mas tenho a obrigação comigo, e contigo de admitir isso: É meu maior defeito. A vida antes de você foi injusta comigo.. Então fico sempre esperando o oposto disso vindo de você, como se tivesse culpa. Mas não tem, sabemos disso. Não vou mentir, não mais, creio ter lhe prometido isso. Quero cumprir. Por isso essas meias verdades, dói né? Eu sei, sou louca, você sabe! Chego a acreditar que aceito essa surra dos dias tão demorados, só para ter pelo o que protestar. Desconto em ti, no cachorro do vizinho, nesse calor “quase” insuportável, sem exagero.. Insuportável, é uma palavra que só cabe ser usada rigorosamente para tentar pontificar sua falta. Queria não te cansar tanto, com meus dramas, mas devo me defender, colocando em questão o fato de ter sido criada assim, esperando o pior de tudo, o pior das minhas relações afetivas. Nunca tive algum laço emocional que tenha dado certo, entenda.. Nem dentro de casa, tampouco fora. Quando vejo que você é minha única e ultima possibilidade, piro, grito.. O comportamento não se casa com minha real vontade, que seria te cuidar. Fazer-te se sentir sempre amada, mostrar que me sinto amada. Eu me sinto amada, de verdade! Mesmo quando tudo dói, mesmo quando a ilusão domina meu bom senso, e acredito já sentir dor física. Me sinto amada.. Diariamente. No fundo, tudo que queria, era que você me deixasse ver o mundo, pelos seus olhos, sempre otimistas. Só queria ser você, vez o outra. Entretanto, sei que é pedir demais.. Me bloqueio, resmungo, faço cena.. Parece impossível né? Porém, se pedisse para você ficar, e não mais um pouco, mas até o fim? Sei que o nosso não é aqui, disso eu sei, e como sei! Só estou tentando dizer que preciso de você, não me importo mais se parece fraqueza hoje em dia, ter tamanha coragem em encarar a realidade dessa certeza. Não posso te pedir para carregar meu fardo, só peço para que alivie as horas desses dias fúnebres. É direito seu negar, mas depois de tudo.. É obrigação minha não desistir. Perdão, de coração. Queria ser melhor, entretanto a situação não deixa, eu não me deixo. Te amo, espero que você saiba, e se não puder voltar, espero que nunca esqueça. Não preciso mais que me convença da recíproca, você já me provou há tempos ser recíproco.
Escrito por: C.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
É bem a cara desse mundo, você só deve olhar pela janela..
Outra noite, numa dessas saídas com alguns amigos.. Estava tocando aquela música clichê do Jammil: “Sou praieiro”. Sabe aquela música que parece existir desde a época da sua vó, e ainda toca? O duro é ter que agüentar o coro desafinadíssimo acompanhando. Então veio o refrão: “Sou praieiro, sou guerreiro, to solteiro, quero mais o quê?” Será que a idade está realmente chegando, e a responsabilidade que vem em peso depois dos dezoitos anda tão gritante assim? Porque eu quero muitas coisas, coisas essas que não daria para transcrever aqui.. E não seria sensato. Se bem que sou a oposição a letra nada bem escrita da música, não gosto de praia.. Talvez seja um pouco guerreira, para viver no mundo de hoje, é necessário ser. E não, não estou solteira.. E não vejo como estar, pode ser um motivo satisfatório, que valha alguma comemoração ou canção. Afinal viver sozinho é muito vazio.. E desde quando vazio preenche alguma lacuna? E porra, eu quero tanto que chega a ser loucura, afinal todos gritando junto ao péssimo cantor.. Não querendo nada.
Escrito por: C.
domingo, 3 de julho de 2011
Eu exagero nas palavras, mas nos meus versos eu só encontro você..
Sabe quando mais um dia termina, e você sente o peso do tempo sobre seus ombros? Sinto a mesma sensação de desvaneio a cada pôr do sol. É você que faz do fim dos dias suportáveis, e a saudade e anseio de saber que é um dia a menos para contar, nos dedos.. Ou naquele calendário amassado, que guardo dentro daquele livro, com teu cheiro.. Após 24 horas, perfeitamente e demoradamente cronometradas, a mesma caneta marca um x, rabiscando um numero.. Levando embora mais um longo dia, até poder botar meus olhos de novo em você, nem dói tanto.. Tento não ser uma pessoa ensandecida, por mais que possa parecer um motivo subterfúgio. No fundo eu sei, que você sara todas as feridas.
Escrito por: Carol.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Não, não é o mundo.. São as pessoas.
Banalidade – Não existe palavra que melhor defina qualquer tipo de relacionamento que exista entre duas, ou mais pessoas, hoje em dia. Que se resume o mundo, em um contexto geral mesmo. Um bom exemplo.. O melhor deles para ser sincera: O “Eu te amo”, está ai, por toda parte, em cada começo, meio, final de frase.. Ditos sem emoção, sem sentimento, sem conhecimento. Superficialidade para dizer eu te amo facilmente a qualquer um, todos andam tendo.. Agora, cadê a coragem para realmente amar.. ? Sempre a mesma pergunta, que me mantém presa a esse vácuo unilateral, consequente da falta de uma simples resposta.
Escrito por: Carol.
terça-feira, 19 de abril de 2011
E é difícil não sentir nada. Ou sentir nada por alguém, por ninguém ou por você mesmo.
Escrito por: Ana Carolina P.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Tenho problemas em estar, em sentir, em poder.
Escrito por: Ana Carolina P.